terça-feira, 13 de março de 2012

Mediunidade ou Loucura? o que dizer?!

Mediunidade e Loucura

:: Osvaldo Shimoda ::
Como distinguir um transe mediúnico de um transtorno psiquiátrico?

Existem coisas na vida que são difíceis de distinguir, divisar claramente. Por exemplo: Como distinguir o real do imaginário?
A persistência da teimosia?
A potência da onipotência?
A passividade da resignação? (o que podemos e não podemos mudar em nossas vidas).

A linha é realmente bastante tênue, pois há uma sutil fronteira que nos dificulta responder com clareza a essas perguntas. O mesmo ocorre entre loucura e sanidade. A grande maioria dos psiquiatras e psicólogos não toma o devido cuidado de fazer um diagnóstico diferencial entre um transe mediúnico de incorporação que é normal, de um distúrbio psiquiátrico propriamente dito.
Mas por quê?

Porque o paradigma médico e psicológico vigente -ainda hoje ensinado nas universidades- equivocadamente não vê o ser humano em sua totalidade (mente, corpo e espírito), adotando, portanto, um critério científico puramente organicista, não levando em consideração a existência da alma, do espírito. No entanto, a comunidade científica médica norte-americana já reconhece o aspecto espiritual do ser humano.

O DSM-IV (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria) - referência internacional, onde os profissionais da área de saúde mental consultam esse manual que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los -, atualmente está em sua 5ª revisão e a sua versão final deverá estar pronta em maio do próximo ano, em 2013.

Sendo assim, o DSM-V deve vir revisado com uma alteração muito importante: deixa de incluir casos de transe religioso (cultos evangélicos, espíritas, umbandistas, de candomblé, etc.) como um distúrbio de personalidade, ou seja, uma personalidade múltipla (transtorno dissociativo de identidade, originalmente denominado transtorno de múltiplas personalidades).

Sem dúvida alguma, essa alteração será um grande avanço para que o profissional da área de saúde mental não faça um diagnóstico equivocado de um transe mediúnico, que é uma manifestação normal, espiritual, de um distúrbio psiquiátrico, aí sim, patológico, doentio.
Desta forma, nos cultos religiosos quando o médium de psicofonia em transe incorpora diferentes seres espirituais, seja da luz ou das trevas, não é visto mais pela Associação Americana de Psiquiatria como um caso psiquiátrico, um distúrbio de personalidade, de identidade.

Mas quero ressaltar nesse artigo, que o leitor atente para o velho jargão médico Cada caso é um caso, pois é importante realizar uma análise mais detalhada e cuidadosa de cada caso porque existe uma sutil fronteira entre a sanidade e a loucura -conforme mencionei no início desse artigo- onde mesmo um terapeuta mais experiente tem dificuldade de diagnosticar com precisão.

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